FAMÍLIA CORREIA (PINTO) DA PENAJÓIA |
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RAMO CORREIA / CORREIA PINTO Não tenho registo da data do casamento,
porém, pela data de nascimento do primeiro filho deduz-se que terão contraído
matrimónio em 1902. Henriqueta da Conceição nasceu em 18 de
Fevereiro de 1885 e faleceu oito meses após a morte do marido, em 4 de Novembro
de 1939. Encontram-se ambos sepultados no jazigo de
família do cemitério de S. Gião.
António Correia Pinto
Henriqueta
da Conceição Tiveram 7 filhos, nascidos nos seguintes anos: 1903 – Manuel;
1905 – Lucinda; 1907 – Maria; 1909 – Deolinda; 1911 – Domingos; 1913 –
António; 1915 – Armindo.
O meu avô tinha
por alcunha “Ganocha” e a minha avó
o de “Triconica”. Não sei como
surgiram nem o porquê destas alcunhas, que talvez tenham sido derivadas dos
respectivos progenitores, dado que já ao meu bisavô Joaquim Correia Pinto
chamavam o “Ganocha Velho”. A alcunha de “Triconica”
também se sabe provir de um irmão da minha avó e principalmente de seu pai. Lembro-me que o
meu pai e os meus tios, por gracejo, costumavam apelidar-se uns aos outros pelas
respectivas alcunhas. Herdaram as
mesmas alcunhas, uns com o feitio e configuração facial do pai, outros da mãe. Os “Ganochas”
de cara redonda, mais dados à calma e menos avarentos, embora trabalhadores. Enquadravam-se
nesta alcunha: tios Manuel e Deolinda e meu Pai. Os “Triconicos”
de cara mais bicuda, nariz afilado, mais avarentos e mais frenéticos no
trabalho, eram representados pelos tios Lucinda, Domingos e Armindo. Nos seus
descendentes também é visível a distinção entre “Ganochas”
e “Triconicos”. Pertencem ao
primeiro grupo os meus primos, António, Laura, Vinício e eu próprio. Enquadram-se no
segundo os primos Fernando, Jorge, Fátima e Henriqueta. A minha análise,
por conhecimento que tinha dos meus tios, é que, nem os “Triconicos”
eram tão avarentos como os pintavam, nem os “Ganochas” eram tão
pouco trabalhadores assim. Manuel Correia
Pinto,
o filho mais velho, o “Tio Mudo”
ou só “O Mudo”, como era tratado
pela família, amigos e conhecidos da Penajóia, ficou surdo-mudo aos 3 meses de
idade devido a uma meningite. Aos
9 anos, seu pai conseguiu colocá-lo no Instituto Araújo Porto, estabelecimento
fundado, no Porto em 1887, graças ao legado do Benemérito José Rodrigues de
Araújo Porto e inaugurado a 26 de Fevereiro de 1893. É um
estabelecimento de ensino especial da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Neste Instituto, o tio Manuel aprendeu a ler e escrever. Extraído dos
livros de registo de matrículas do Instituto de Surdos Mudos Araújo Porto, na
Santa Casa da Misericórdia do Porto, apresento os dados sobre a sua matrícula:
“ Manuel Correia Pinto Nº de Matrícula 153 Requerente: António Correia Pinto Fiadores: Manuel Amoeda Sernache
Domingos José
d’Abreu Moradas dos Fiadores: 1º Rua das Taipas, 60 – Porto
2º Rua de Balomonte, 94 – Porto Data de Matrícula: 30 de Julho de 1912 Data de Saída: 6 de Agosto de 1919 (por ter
completado a idade) Classe em que foi admitido: Indigente Grau de instrução à data de entrada: nulo Grau de instrução à data da saída: fez os estudos
até ao 3º ano do programa e aprendeu o ofício de alfaiate. (*) Obs.: Surdo-mudo por acidente aos 3 meses
devido a uma meningite. A região é montanhosa”.
Manuel Correia Pinto
, em jovem
O “Tio Mudo” nasceu em 11 de Julho de
1903 e faleceu em 30 de Abril de 1976, com 73 anos de idade. Nunca casou.
Exerceu durante muitos anos a profissão de sapateiro, conforme foi dito
anteriormente. Era uma pessoa de trato um pouco difícil
e muito desconfiado, talvez derivado à sua deficiência. Gostava muito de quem
o tratava bem (especialmente do irmão António e de mim) e detestava quem o
tratava com indiferença ou quem fazia escárnio da sua mudez. Porém, era uma
pessoa dinâmica, que não se inibia de ir, várias vezes, a Lamego e à Régua
tratar dos seus assuntos. Eram também
sobejamente conhecidas as suas birras com os seus pais e irmãos.
Mas o que ele
gostava mesmo era de vir ao Porto ao S. João! Todos os anos,
enquanto teve saúde para tal, na véspera ou ante-véspera de S. João, da
parte da tarde, começávamos a ouvir o tio Manuel a subir a rua Visconde das
Devesas em direcção à nossa loja. Ouvir é o termo próprio pois, à medida
que subia a rua, ele abraçava e cumprimentava efusivamente, e em altos berros,
todas as pessoas que conhecia, contente por se encontrar, uma vez mais, no
Porto para o S. João. É de toda a
justiça que se diga, era recebido da mesma maneira por todos os vizinhos das
Devesas. Parece que estou a vê-lo a subir a rua,
com o seu melhor fato e uma cesta de vime na mão, onde trazia para toda a família
os mimos próprios da época: pêras D. Joaquina e ameixas caranguejeiras. Vinha de comboio das Caldas do Moledo até
S. Bento e aí apanhava o eléctrico
nº 14 para as Devesas. Como sabia ler, não tinha dificuldade em viajar nos
transportes. Ficava em nossa
casa e repartia o seu tempo entre a nossa loja e a do seu irmão, Domingos, que
também tinha uma mercearia em Coimbrões. Às vezes
desaparecia por algumas horas, o que deixava o irmão António algo preocupado
mas, quando aparecia dizia-nos que ou tinha ido a Coimbrões ou tinha “andado
por aí”. Às Fontaínhas,
ao S. João, ia uma só vez, mas não no dia da noitada. Um ano, ao
dirigir-se a Coimbrões a casa do irmão, Domingos, na Rua Barão do Corvo, como
o passeio era estreito e mesmo junto ao trilho do eléctrico, foi atropelado
pelo mesmo e ficou algo combalido e esmurrado. Presume-se que tenha descido do
passeio e, como não ouviu o eléctrico a aproximar-se, foi colhido. Depois deste
acidente, ficou amedrontado e nunca mais veio ao Porto pelo S. João.
Maria Correia
Pinto,
a terceira filha do casal, que nasceu em 13 de Dezembro de 1907, ficou
deficiente, com uma corcunda, por ter dado uma queda de um cavalo quando era
jovem e viveu muito pouco, apenas dezanove anos. Não casou e
faleceu em 3 de Outubro de 1926. Está sepultada no jazigo da família no cemitério de S. Gião.
Lucinda Correia
Pinto
nasceu em 10 de Fevereiro de 1905, casou com Manuel Rodrigues Baía em 28 de
Janeiro de 1926 e faleceu no Hospital de Vila Real na véspera de Natal de 1993. Não tenho a
data de nascimento do tio Manuel Baía, mas a data do seu falecimento: 25 de
Outubro de 1976. Gostava muito de
mim e deu sobejas provas disso durante toda a sua vida. Não tenho qualquer dúvida
em afirmar que me considerava como mais um filho. Eu também gostava muito dela. Considerava os
seus filhos acima de tudo e de todos. Como se costuma dizer, era o “homem da casa”, sem desprestígio para o meu tio, que era mais calmo e menos empreendedor.
(Na fotografia de cima vemos o tio Manuel e a tia Lucinda no casamento da filha Laura com o António Pereira)
Não resisto à
tentação de contar um episódio que se passou quando a tia Lucinda foi ver a
minha primeira casa. A casa estava
mobilada com o recheio condizente com as nossas posses da altura, inclusive,
pouco recheio na dispensa. A perspicácia da tia Lucinda entrou em acção. Viu
tudo, nada disse, foi para sua casa e, dias depois, recebi um aviso para
levantar uma encomenda na estação de caminho de ferro. Dentro do cabaz,
uma carta dizia: “Meu querido filho Gostei muito da vossa casa. É muito linda mas entendo
que vos falta lá um saquinho de batatas e o tio Manuel manda para a tua mulher
este colar de alhos e este fumeiro para vosso remedeio: dois salpicões e uma
moura.” Era assim a tia
Lucinda!...
Desta minha tia
teria muito coisa para contar se tivesse o engenho e a arte para a
definir, como ela merecia!
O tio Manuel
Rodrigues Baía era um homem muito bom, de espírito são, também muito amigo
da família que gostava muito de receber, nunca levantando qualquer dificuldade.
Mas esperava sempre pela opinião da mulher para tomar decisões. O que a mulher
dissesse era um decreto para se cumprir. Tinha sido
marinheiro nos barcos rabelos de transporte de vinho para o Porto e não se
esquecia disso, antes o referia com muito orgulho. Era pescador nas
horas vagas. Com o seu barco e a rede chumbeira que cuidava com muito esmero,
pescava no rio Douro, normalmente com a ajuda de um dos seus filhos. E recordava
sempre, no bom sentido, o seu tempo de serviço militar. (Em baixo é mostrada a fotografia do jazigo no cemitério de S. Gião, na Penajóia, onde se encontram sepultados os tios e o seu filho António)
António Baía,
o “Toninho”, como era conhecido na
família e na Penajóia, nasceu no fim do ano do casamento dos pais, em 14 de
Dezembro de 1926. Faleceu em 11 de
Junho de 2003, em casa da sua filha Elvira com quem vivia, há vários anos. Casou com Maria
Alice (n. 1/8/1928) em 26 de Abril de 1952 e desse casamento nasceram três
filhos:
- Altino Januário Baía (n.
10/7/1952) cc Herculana Maria da Silva Rodrigues (n.11/4/1957); têm dois
filhos: Tânia Marisa
Rodrigues Baía (n. 4/9/1980) cc Luís Manuel Liberato Santos Mendes
(n.20/1/1976), sem filhos e Paulo Jorge Rodrigues Baía (n.20/3/1982) cc Ana
Cristina Gomes Tavares (n. 14/3/1980), com um filho de nome Edgar Daniel Tavares
Baía (n. 15/1/2000). O Altino foi
jovem trabalhar para Tróia, onde se fixou, aí constituiu família e ainda ali
se encontra.
- Elvira Beatriz Baía Saavedra
(n. 9/7/1953) cc José Saavedra (n. 19/3/1950) em 6 de Agosto de 1975. Emigraram
para Londres onde trabalharam 24 anos (1975-1999). Ali, no distrito de Camden,
lhes nasceram os seus dois filhos: Jorge Luís Baía
Saavedra (n. 23/5/1976) e Sílvia Marisa Baía Saavedra (n. 10/5/1984). Residem em
Lamego após o regresso de Londres. O filho Jorge ficou em Londres.
- Carlos Manuel Baía (n.
7/9/1954) cc Ana Maria Cardoso Magalhães Baía (n. 5/5/1959) em 28 de Agosto de
1977. Também emigraram para Londres. Aqui trabalharam 19 anos (1978-1997). Também,
no distrito de Camden, nasceu a única filha do casal: Analiza Magalhães Baía
(n. 5/7/1994). Residem,
igualmente, em Lamego desde o seu regresso de Inglaterra.
Fernando
Rodrigues Baía (ou Bahia) nasceu em 8 de Agosto de 1932. Nunca se
conformou com o trabalho da terra na Penajóia, tinha horizontes mais alargados
e, após o serviço militar, emigrou para o Brasil. Embarcou em Leixões
no navio “North King” em meados de Dezembro de 1954 e desembarcou, em
Santos, em 2 de Janeiro de 1955. Apenas a sua mãe
o acompanhou, da Penajóia ao Porto, para se despedir. Quando o meu
pai, a tia Lucinda, o Fernando e eu nos dirigíamos para Leixões no nosso automóvel,
o meu pai, sem culpa nenhuma, atropelou um ciclista e teve que ir prestar
declarações à esquadra da polícia e não pode ir despedir-se do sobrinho,
com grande mágoa sua e dele. O Fernando fixou
residência em S. Paulo, adoptou o apelido abrasileirado Bahia, casou em 15 de
Dezembro de 1956, com Adriana Maria Antunes Rodrigues Bahia (n. 11/9/1934), uma
senhora portuguesa natural de Moncorvo, que foi sua companheira de viagem, onde
iniciaram o namoro, segundo constava na família. Que me perdoem se estiver
enganado. Faleceu em 6 de
Maio de 2003, curiosamente cerca de um mês antes de seu irmão mais velho, António. Correspondia-se,
regularmente, com os seus pais, que nunca mais o viram e tinham grande desgosto
por isso. O Fernando e a
Adriana tiveram dois filhos:
- Jorge Luís Antunes Bahia
(n. 13/12/1957) cc Márcia de Lourdes Lopes Antunes Bahia (n. 11/5/1955) em 9 de
Maio de 1980. Têm dois filhos: Guilherme Luís Antunes Bahia (n. ?) e Mariana
Antunes Bahia (n. ?).
- Fernanda Rodrigues Bahia
(n. 19/12/1972) cc Maurício Penna Urso (n. 17/2/?) em 17 de Dezembro de 1994.
Também têm dois filhos de seus nomes: Lucas Rodrigues Urso (n. ?) e Juliana
Rodrigues Urso (n. ?).
Laura Beatriz
Correia Baía, a única filha do casal, nasceu a 4 de
Maio de 1937 cc António Dias Pereira (n. 2/6/1938) em 16 de Abril de 1961. O casamento da Laura e do António foi um acontecimento importante na família porque permitiu juntar todos os tios e tias, alguns dos quais não se viam há alguns anos (fotografia acima). Nesta
fotografia, na igreja, podemos ver, além dos noivos, os tios Armindo e Gracinda
(ao lado da noiva), os meus pais António e Maria Amélia (ao lado do noivo) e
os meus tios Domingos e Laura (atrás dos noivos). António Dias
Pereira faleceu em 6 de Agosto de 1990, depois de muitos anos de sofrimento,
derivados do facto de ter ficado bastante queimado quando se incendiou uma cuba
de aguardente na Casa Ferreirinha, da Régua, onde trabalhava. Em consequência
do acidente, esteve internado largos meses na Casa de Saúde da Boavista, no
Porto, para sarar dos ferimentos, cegou e nunca mais foi o mesmo homem. Morreu
amargurado pelo que lhe aconteceu. A Laura e o António
tiveram um único filho:
- António Manuel Baía Pereira
(n. 18/1/1961) cc Ana Clara Lourenço Monteiro Pereira (n. 11/3/1966) em 19 de
Dezembro de 1987. São seus filhos: Luís Miguel Monteiro Pereira (n. 10/8/1990)
e António Pedro Monteiro Pereira (n. 29/1/1998).
Jorge Correia Baía
(n. 22/4/1951) cc Francisca Pacheco Casais Baía (n. 21/4/1952) em 19 de Janeiro
de 1975. Têm uma filha, de nome Paula Cristina Casais Correia Baía (n.
12/11/1975) cc Eurico Carlos Rodrigues da Cunha (n. 15/4/1977). O casal não tem
filhos.
Deolinda Correia
Pinto
nasceu em 11 de Fevereiro de 1909 e faleceu
em 1 de Agosto de 1996, no Lar de Arneirós da Santa Casa da Misericórdia de
Lamego, onde residia há alguns anos. Ainda em vida,
pediu-me para ser sepultada junto do marido, no jazigo da família no cemitério
de S. Gião, vontade que lhe foi proporcionada. Quando regressou
de S. Tomé, então resolveram contrair matrimónio. Não tiveram
descendência. Convivíamos
menos, mas a tia Deolinda também gostava muito de mim. Como não podia
ter filhos, na sequência de uma intervenção cirúrgica a que teve de ser
submetida, quis que a minha mãe me doasse a ela, quando eu nasci, alegando que
a minha mãe poderia ter outros filhos. Naturalmente que
o pedido foi recusado. (Em baixo: lado esquerdo - a tia Deolinda, antes de ir para o Lar; lado direito - o tio António com o meu pai)
O quintal da
casa onde residiam, nos Palheiros, era um autêntico jardim, muito bem
trabalhado, com uma mina de água que o tio mandou fazer e dois grandes tanques
para as necessidades de rega, além do abastecimento de água à casa. Tinha duas
alcunhas: na Penajóia era conhecido por “O Africano” (por ter estado em S.
Tomé); na família era “O Chapéu Pequenino” (esta não sei porquê). Gostava muito de ir ver as corridas de automóvel a Vila Real, com um seu sobrinho que tinha carro, a quem sempre dirigia o convite quando elas se realizavam. Faleceu em 20 de Dezembro de 1976, encontrando-se
sepultado no jazigo da família no cemitério de S. Gião.
Domingos Correia
Pinto nasceu
em 25 de Julho de 1911 e faleceu,
com 62 anos de idade, em 27 de Novembro de 1973. Casou, contra a
vontade dos pais, principalmente da mãe, em 1 de Maio de 1937, com Laura
Beatriz Ferreira (n. ?), uma professora das Caldas do Moledo, mais velha do que
ele, já com um filho de nome Armando. Muitas vezes, a
minha avó Henriqueta confidenciou à minha mãe que não tinha gostado nada
desse casamento e temia que não viessem a ser felizes. Foram palavras proféticas
porque na realidade isso aconteceu. Nunca se deram bem, eram bastantes as
desavenças. Enquanto a tia
Laura dava aulas nas redondezas, o tio Domingos estabeleceu-se com a sua
primeira mercearia nas Caldas do Moledo. Alguns anos mais tarde, também veio
para Gaia – Coimbrões, estabelecendo-se com mercearia e vinhos na Rua do
Senhor de Matosinhos. Extra matrimónio,
teve uma relação amorosa com uma senhora de nome Maria Adélia Soares Ferreira
(n. 3/6/1913) (f. 27/11/2000), da qual nasceu uma filha que, a instâncias do
meu pai e, não só, com toda a justiça, foi devidamente perfilhada e aceite
por toda a família em geral e pelo meu tio em particular:
- Maria de Fátima Soares Ferreira
Pinto (n. 22/2/1955) cc José António Soares Meireles (n. 1/3/1944) em
6 de Abril de 1974. Tiveram dois filhos: Nuno Álvaro Soares Meireles (n. 5/8/1974), solteiro, e Luís Aníbal Soares Meireles (n. 22/1/1976) cc Carla Mónica da Silva Meireles (n. 7/8/1975) em 10 de Setembro de 2004, com um filho chamado José Luís da Silva Meireles (n. 29/9/2004).
Nas fotografias apresentadas acima podemos ver: esquerda - os meus pais, o tio Domingos, a tia Laura e o filho Armando; centro - os tios no meu casamento e da Lourdes; direita - os tios uns anos mais tarde.
António
Correia Pinto (Júnior) Com
vinte anos de idade António Correia
Pinto (Júnior), meu pai, o meu melhor amigo de toda a
vida, nasceu em 3 de Fevereiro de
1913. Vindo para Vila Nova de Gaia com vinte anos de idade, estabeleceu-se com
mercearia e vinhos na rua Visconde das Devesas, depois de ter passado por dois
anteriores empregos. Viveu com a sua
tia Emília em solteiro e, mais ou menos dois anos depois de casado. Há um episódio
curioso passado com os trâmites de preparação para o seu casamento.
Quando
resolveram dar o passo, como era normal, correram os chamados banhos na Penajóia
e no Porto. Da Penajóia, porém, alguém enviou uma carta para o padre da
Igreja de S. Nicolau, no Porto, onde iriam casar, denunciando o parentesco de
ambos: os noivos eram primos! O padre chamou a
minha mãe a quem ralhou por não lhe ter confessado o parentesco existente. De seguida,
chamou a tia Emília, que ia ser madrinha, a tia Palmira, o meu pai e a minha mãe,
comunicando-lhes que tinham de pagar uma multa, de acordo com o valor dos bens
do futuro casal. O meu pai rebateu a ideia de montantes elevados de bens, a que
corresponderia montante elevado de multa, o padre também baixou o respectivo
valor, o meu pai concordou com o mesmo, não sem o ter ameaçado que casaria só
pelo registo civil, se o acordo não fosse conseguido. Todos cederam e o casamento realizou-se no dia 28 de Julho de 1940 (foto em baixo)
A minha mãe, Maria Amélia Miranda da
Silva, segunda prima do meu pai, nasceu em 20 de Julho de 1915, na freguesia de
Paranhos, no Porto. Fizeram, em conjunto, uma vida de grande
trabalho e sacrifício, chegando a ter duas mercearias abertas: a da rua
Visconde das Devesas, assumida pelo meu pai
e outra no rés do chão do prédio da rua das Taipas, nº 50, no Porto,
da responsabilidade da minha mãe. Mais tarde, a da rua das Taipas foi
encerrada, mantendo, no entanto, a de Gaia. Com
a aquisição da casa dos Lopes Pinto, na mesma rua, o seu negócio levou um
impulso importante. Quando resolveram passar o negócio,
montaram um aviário de criação e matança de frangos, bem como produção de
ovos, no grande terreno que a casa possuía, tendo, para o efeito, construído vários
pavilhões. Com a exigência governamental de os aviários
passarem a unidades industriais, acabaram com o aviário e passarem a ser
armazenistas de frangos, até à morte do meu pai, que aconteceu em 2 de Junho
de 1983. Encontra-se sepultado no cemitério paroquial de Santa Marinha, em Coimbrões, Vila Nova de Gaia.
(Fotos: esquerda - os meus pais em 1961; direita - sepultura do meu pai)
Falar do meu pai é-me muito difícil. Apesar de ser um “Ganocha”, era muito trabalhador, inteligente, perspicaz e muito
amigo de toda a família, que considerava acima de tudo. Gostava de passear, de ir a Fátima, nas
datas das celebrações das aparições de Nossa Senhora, principalmente em
Maio, era um portista ferrenho que sofria com as derrotas do clube (como ele
gostaria de ter assistido às imensas vitórias do Futebol Clube do Porto,
ocorridas após a sua morte). Tinha o seu feitio repentino, reagindo com
veemência aos contratempos e problemas. Mas, passados alguns minutos, tudo
acabava e não guardava qualquer espécie de rancor, fosse a quem fosse. Teve uma grande mulher a acompanhá-lo
toda a sua vida, a apoiá-lo, a trabalhar a seu lado: a minha mãe. Costuma dizer-se que, por trás de um
grande homem está sempre uma grande mulher. Se assim é, acredito que o seja, meus pais foram grandes!...
No meu casamento
- Fernando António
da Silva Correia, filho único do casal, (n.
3/7/1941) cc Maria de Lourdes Morais Pinto Hespanhol da Silva Correia (n.
8/4/1940) em 29 de Março de 1969. Não há descendência. Armindo Correia
Pinto,
o benjamin dos irmãos, nascido em 15 de Abril de 1915, era o filho mais mimado
por seus pais e irmãos, principalmente pela irmã Lucinda que
por ele nutria um carinho muito especial, talvez por ser o mais novo.
Armindo
Correia Pinto e Gracinda Carvalho, em 1961
Jazigo dos tios no Cemitério de Tarouca Era o tio com
quem convivia menos. Recordo, porém, umas férias que passei em Tarouca, quando
era jovem. Outra vez, já
por volta dos meus trinta e cinco anos, eu e a Lourdes fomos visitar os tios a
Tarouca, onde ficámos dois dias. Não posso esquecer a alegria do meu tio
quando nos viu e o contentamento que mostrou por termos ficado em sua casa. A última vez
que o tio esteve em nossa casa foi no funeral do seu irmão António. O tio Armindo
faleceu em 11 de Abril de 1984, depois de longo sofrimento de vários anos
(sofria de deficiência de circulação sanguínea, tendo sido várias vezes
operado às varizes). A tia Gracinda
faleceu em 15 de Maio de 2003. Estão ambos
sepultados no cemitério de Tarouca.
- Vinício
de Carvalho Correia Pinto (n. 18/3/1944) cc Maria Filomena Machado
Teixeira Correia Pinto (n. 11/10/1948) em 26 de Agosto de 1972. Têm dois
filhos: Pedro Vinício Teixeira Correia Pinto (n. 17/7/1973) casado, sem filhos,
em 21 de Junho de 2003, com Ana Carla Gomes Pacheco Correia Pinto (n. 20/1/1976)
e Andrea Patrícia Teixeira Correia
Pinto Tripa (n. 1/6/1974) casada, também sem filhos, em 28 de Setembro de 2002,
com Daniel Jaime de Jesus Vieira Tripa (n. 4/5/1978)
- Maria
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