FAMÍLIA CORREIA (PINTO) DA PENAJÓIA |
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OS ANCESTRAIS CORREA, CORREIA E
CORREIA (PINTO)
Na Árvore Genealógica da Família
Correia (Pinto), o mais antigo ancestral de que tenho documento escrito é Manuel Correa casado com
Maria da Silva. Tomei conhecimento deste meu sexto avô
através do assento de casamento de seu filho, Sebastião
Correa, que é do seguinte teor: “Aos
10 de Janeiro de 1773 corridos os banhos e sem impedimentos, por palavras de
presente Sebastião Correa filho de Manuel Correa e de sua mulher Maria da Silva
com Antónia Luiza filha de António Rodrigues, já defunto, todos do lugar de
Moledo desta Penajóia.” Dada a impossibilidade de encontrar
registos e datas, poderemos deduzir que Sebastião Correa teria vinte anos à
data do seu casamento. Teria nascido em 1753 e seu pai, Manuel Correa em 1733.
Do casamento de Sebastião Correa com Antónia Luiza, nasceram, pelo menos, seis
filhos, a saber:
“Moledo Ana
filha de Sebastião Correa e de sua mulher Antónia Luiza do lugar de Moledo
menor de 7 anos faleceu aos 25 e foi sepultada na igreja em 26 de Dezembro de
1782.” - Dionizio
Correa, do qual falarei mais à frente. - Joaquim
Correa que casou com Victória Maria e de cujo casamento também não
tenho conhecimento de qualquer descendência:
“Aos
3 de Setembro de 1800 ..... Joaquim Correa filho de Sebastião Correa e Antónia
Luiza residentes na quinta do Moledo de Gaspar Cardozo da freguesia de Villa
Marim bispado do Porto com Victoria Maria filha de Francisco Rodrigues Lobo e
Maria Leonarda do lugar dos Palheiros.” - Bernardo
Correa que contraiu matrimónio com Ritta Gomes dos Santos:
“Aos
19 de Dezembro de 1819 ..... Bernardo Correa filho de Sebastião Correa e Antónia
Luiza com Ritta Gomes dos Santos filha de José Dias e Thereza Gomes dos Santos
todos do lugar do Moledo, Penajóia.”
Deste casamento tenho a certeza de, pelo
menos, três descendentes: João, Rosa
e Emília, os quais serão
referidos mais adiante em pormenor. - Francisco
Correa, casado com Anna Correa:
“Em
17 de Dezembro de 1820 .... Francisco Correa filho de Sebastião Correa e Antónia
Luiza do Moledo com Anna Correa filha de Manuel Pinto e de Thereza Correa do
lugar de Portela do Meio.”
Não é conhecida descendência deste
casamento.
“Moledo (?)
filha de Sebastião Correa e Antónia Luiza do Moledo desta Penajóia. Neta
materna de José Dias e Tereza Gomes dos Santos da vila de Ovar, bispado do
Porto. Nasceu em 19 de Fevereiro e a baptizei solenemente em 7 de Março de
1830. Foram padrinhos José Cardoso Ferraz de Miranda e sua filha D. Guilhermina
Júlia do dito Moledo e testemunhas o mesmo padrinho e o pai da baptizada.” Dionizio Correa
casou duas vezes: a primeira com Eufrázia Maria e a segunda com Maria Ritta. Deste segundo casamento nasceu Miguel:
“Miguel
filho legítimo de Dionizio Correa e Maria Ritta, esta primeiro ele segundo
matrimónio moradores no Moledo desta Penajóia. Neto paterno de Sebastião
Correa e Antónia Luiza do dito Moledo e materno de José Cardoso e Maria Ritta
do lugar do Mosteiro, freguesia de Villa Marim, bispado do Porto. Nasceu em 11 e
o baptizei solenemente em 18 de Setembro de 1836. Foram padrinhos o mesmo avô
materno e sua filha Ritta da Conceição e testemunhas Frei António de Maria
Santíssima, sacristão da Igreja, e o mesmo avô materno.” Do primeiro matrimónio com Eufrázia Maria (faleceu em 9 de Junho de 1831, de
repente, e foi encontrada morta no ribeiro do Moledo), só tenho conhecimento de
um descendente muito importante, Joaquim Correa, que viria a casar com uma
descendente de ramo nobre D. Claudina Delfina de Jesus:
“Aos
14 de Fevereiro de 1828 ....Joaquim Correa filho de Dionizio Correa e Eufrazia
Maria com Dona Claudina Delfina de Jesus filha natural de Maria Luiza de Sam
Martinho de Mouros.”
Da descendência deste matrimónio tratarei mais adiante.
Registo de casamento de Joaquim Correa com D. Claudina Delfina de Jesus
(Arq. Distrital de Viseu)
Regressando a Bernardo Correa, de cujo
casamento com Ritta Gomes dos Santos já falei anteriormente, foram encontrados
assentos dos seguintes filhos:
“Codorneiro João
filho legítimo de Bernardo Correa e Ritta Gomes ambos primeiro matrimónio,
moradores no Codorneiro desta Penajóia. Neto paterno de Sebastião Correa e Antónia
Luiza do lugar do Moledo e materno de José Dias e sua mulher Tereza Gomes da
vila de Ovar bispado do Porto. Nasceu em 20 de Julho e baptizou solenemente o
Rev. Vigário Bernardo José Leite Pereira em 2 de Agosto de 1832. Foram
padrinhos João Cardoso Ferraz de Miranda e sua mãe D. Ignacia Joaquina do dito
Moledo.” - Rosa
“Codorneiro Rosa
filha legítima de Bernardo Correa e sua mulher Ritta Gomes dos Santos ambos
primeiro matrimónio e moradores no lugar de Codorneiro desta Penajóia. Neta
paterna de Sebastião Correa e sua mulher Antónia Luiza do lugar de Moledo
desta freguesia e materna de José Dias e sua mulher Tereza Gomes dos Santos da
vila de Ovar bispado do Porto. Nasceu em 24 de Julho e a baptizei solenemente em
7 de Agosto de 1836.” - Emília
dos Santos, casada com António Costa, da qual tive conhecimento pelo
assento de baptismo da filha de ambos, Ludovina:
“Codorneiro No
dia 3 de Janeiro de 1855 baptizou solenemente o Rev. Abade desta freguesia
Manuel Guedes de Oliveira a Ludovina filha de António da Costa e de Emília dos
Santos do Codorneiro desta Penajóia. Neta paterna de António da Costa e Maria
Pinto do mesmo lugar e materna de Bernardo Correia e Ritta Gomes dos Santos
todos do mesmo lugar. A baptizada nasceu no dia 5 de Dezembro de 1854...” Retomando agora o casamento de Joaquim
Correia com Dona Claudina Delfina de Jesus, fidalga da linhagem dos Leões,
Pintos, Carvalhos e Pereiras, tenho conhecimento de três filhos, pelo menos, já
com o aproximar do início do século XIX e que foram: - Josefa
Claudina de Jesus, casada com Joaquim Alves, da qual tive conhecimento
através do seu assento de casamento:
“Em
1 de Janeiro de 1848 .... Joaquim Alves filho de pais incógnitos da freguesia
de Sam José de Godim com Josefa Claudina de Jesus filha de Joaquim Correia e
Claudina Delfina de Jesus de Penajóia.” - José
Correia Pinto (Leão de Carvalho), familiar que foi desígnio de
minuciosidade no capítulo VI deste livro que, como veremos no mesmo, em
determinada altura da sua vida passou a usar o apelido de seus avós, Leão de
Carvalho. Foi o primeiro familiar também a usar o
apelido de Pinto (os seus ascendentes, pai, avô e bisavô eram apenas Correa). - Joaquim
Correia (Pinto), avô do meu pai, que também usava o apelido Pinto,
talvez influenciado por seu irmão José. Joaquim Correia Pinto também poderia ter
adoptado os apelidos dos seus avós, como fez seu irmão, porque tenho provas de
os dois irmãos serem bastante unidos e chegados a ponto de José, não só ter
contemplado seu irmão e cunhada com uma doação em dinheiro no testamento,
como também terem negócios juntos. Nasceu em 22 de Setembro de 1832 no lugar
do Santinho:
“Santinho,
Joaquim Joaquim,
filho legítimo de Joaquim Correia e Dona Claudina Delfina, ambos primeiro
matrimónio e moradores no Santinho, desta Penajóia. Neto paterno de Dionízio
Correa e sua mulher Eufrázia Maria, do lugar do Moledo, desta Penajóia, e
materno de Avô incógnito e Maria Luiza de São Martinho de Mouros, bispado de
Lamego. Nasceu em vinte e dois e o baptizei em trinta de Setembro de mil
oitocentos e trinta e dois: foram padrinhos Joaquim de Mello Guedes Coutinho
Garrido, Deão da Santa Igreja Catedral da Guarda e Dona Joana de Meireles da
Silva Guedes, da Cidade do Porto, sendo seus procuradores António Alves e sua
filha Maria do Carmo, do lugar de Curjaes, desta Penajóia e testemunhas o mesmo
Procurador e o pai do Baptizado, de que fiz este assento. O Cura José da Conceição
Moura. António
Alves Joaquim
Correia” Casou com Anna de Jesus, não se tendo
encontrado registo deste casamento e, portanto, não se saber a respectiva data.
Registo de nascimento de Joaquim Correia (Pinto) (Arq. Distrital de Viseu, Registos Paroquiais, Freguesia de Penajóia, Caixa
17-A,
Nasceram deste matrimónio cinco filhos:
- Joaquinna
Correia
“No
dia 13 de Outubro de 1885 .... baptizou solenemente e pôs os santos óleos a
Joaquinna filha legítima de Joaquim Correia e de Anna de Jesus do Pinheiro
desta Penajóia, a qual nasceu a 15 de Setembro da era supra. Neta paterna de
outro Joaquim Correia e de Claudina Delfina, do Santinho. Materna de José de
Almeida e de Maria Victoria do lugar do Lenço todos desta Penajóia. Foram
padrinhos José Correia da cidade do Porto e Josefa Claudina de Jesus da
freguesia de Junqueiros do bispado do Porto...” Deve ter falecido muito jovem porque, na
Santa Casa da Misericórdia do Porto, nos documentos do legado do tio
“Sombrio” encontrei um recibo o qual se transcreve:
- Maria
Correia Pinto Nascida a 1 de Junho de 1858, desempenhou
um papel importante junto do seu tio “Sombrio” pois com ele viveu na Rua das
Taipas, no Porto. Herdou várias casas legadas por ele, foi o seu terceiro
testamenteiro e, mesmo depois de falecida, foi sepultada, não sei por decisão
de quem, na mesma catacumba perpétua no cemitério particular da Ordem de S.
Francisco, em Agramonte, no Porto. Faleceu com 80 anos de idade, na sua residência
na Travessa do Couto, nº 138, da freguesia de Paranhos, na cidade do Porto, em
3 de Outubro de 1918, onze anos precisos após o falecimento de seu tio. “Registo
Civil Original
de Registo de Óbito Às
desoito horas do dia três do mez de Outubro do ano de mil novecentos e desoito
numa casa da travessa do Couto, cento trinta e oito da freguezia de
Paranhos desta cidade, faleceu de sincope cardíaca um individuo do sexo
feminino de nome Maria Correia Pinto, de cincoenta e quatro anos de idade, de
profissão doméstica, natural da freguesia de Penajoia, concelho de Lamego,
domiciliado na casa onde faleceu, filho legítimo de Joaquim Correia, no estado
de viúvo, de oitenta anos de idade, de profissão lavrador, natural da referida
freguesia de Penajoia, onde reside e de Ana de Jesus, natural da supra dita
freguesia de Penajoia, já falecida. O
falecido era casado com Manuel Amoedo Sernadas, de quarenta e cinco anos,
empregado, natural de Souto Alexior, Pontevedra, Hespanha, residente na referida
travessa do Couto. O
falecido não deixou descendentes menores, deixou bens e não fez testamento; o
seu cadáver vai ser sepultado no cemitério Ocidental, desta cidade. Foi
declarante António dos Santos, casado, trabalhador, residente na rua do Campo
Lindo, o qual não assinou a declaração para este registo por não saber
escrever. Este
registo ...”
- Emília
Correia Pinto Esta tia do meu pai, minha madrinha, que
exerceu enorme influência na vida de todos os seus sobrinhos e irmãos, nasceu
em 1875. Muito religiosa, (todos os dias assistia
à missa, tal como me recordo nos meus tempos de menino), residia no nº 74 da
Rua Visconde das Devesas, em Vila Nova de Gaia,
quando meu pai veio da Penajóia e com ela foi morar. A tia Emília ajudou o meu pai na obtenção
dos seus dois primeiros empregos, emprestou-lhe o dinheiro para ele se
estabelecer com a mercearia e até morou com ele e com a minha mãe, quando
contraíram matrimónio, do qual também foi madrinha. Acabou por ser a minha madrinha de
baptismo. Tinha outro afilhado: Lucinda Correia
Pinto, minha tia. Aos dois afilhados contemplou no seu testamento: a mim,
legou-me a casa que tinha herdado do tio “Sombrio”, na Rua de S. Roque, mais
tarde Rua da Vitória, no Porto (ver quadro já referido) e à minha tia Lucinda
todas as suas restantes propriedades na Penajóia, como se poderá confirmar
pelo seu testamento:
“
Em nome de Deus. Ámen. Eu, abaixo assinada, Emília Correia Pinto de Carvalho,
viúva, proprietária, natural do lugar do Santinho, freguesia da Penajoia,
concelho e comarca de Lamego, residente na Rua Visconde das Devezas, número
setenta e quatro, de Vila Nova de Gaia, e de passagem nesta vila do Peso da Régua,
encontrando-me em meu perfeito juízo e sem qualquer coacção, resolvi fazer o
meu testamento que quero se cumpra, pela forma seguinte: Sou
católica, crente em todos os Sacramentos da Santa Madre Igreja, em cuja fé
tenho sempre vivido e nela desejo morrer. Não tenho ascendentes nem
descendentes, e assim, livremente, passo a dispor do que possuo e venha a
possuir, pela forma seguinte: Lego a meu segundo sobrinho e afilhado Fernando
António, filho de meu primeiro sobrinho António Correia Pinto e sua mulher
Maria Amélia da Silva, comerciantes, moradores na dita rua do Visconde das
Devezas, e convivente com seus ditos pais, o prédio que possuo e me pertence e
é sito na cidade do Porto, na rua da Vitória, número trinta e oito, e que
consta de uma morada de casas de dois andares e rez do chão, com a obrigação
de o mesmo legatário mandar rezar por minha alma cinco missas no prazo de seis
meses a contar do meu falecimento. Do remanescente instituo por meus únicos e
universais herdeiros a minha sobrinha e afilhada Lucinda Correia Pinto e seu
marido Manuel Rodrigues Baía, proprietários, e actualmente moradores no lugar
do Lodoeiro, da dita freguesia da Penajoia, com a obrigação de, no prazo de um
ano, a contar do meu falecimento, mandarem dizer vinte missas por minha alma,
dez por alma de meus falecidos pais e outras dez por alma de meus falecidos
maridos. Nomeio
meus testamenteiros, em primeiro lugar, o mencionado herdeiro Manuel Rodrigues
Baía, e em segundo lugar o dito meu sobrinho – pai do meu, digo, pai do legatário
Fernando António. E como me custa um pouco a escrever, mandei que outrem
escrevesse este meu testamento, que, depois de o ler e achar conforme à minha
vontade, vou assinar. Peso
da Régua, catorze de Outubro de mil novecentos e quarenta e três. (a)
Emília Correia Pinto de Carvalho”
Depois de enviuvar, veio para o Porto e casou, em segundas núpcias, com António
Rodrigues Carvalho, em 1 de Julho de 1923, tinha 48 anos de idade.
“República
Portuguesa Certidão
de Casamento Repartição
do Registo Civil do Concelho de Vila Nova de Gaia Certifico
que a folhas 180 e sob o número 180 do livro respeitante ao ano de mil
novecentos vinte e três. Consta
que às doze horas do dia um do mês de Julho do ano de mil novecentos vinte e
três contraiu casamento nesta Repartição, António Rodrigues de Carvalho de
quarenta e nove anos, empregado de armazém, natural da freguezia de Penajóia,
concelho de Lamego, filho de António Rodrigues de Carvalho e de Maria de Jesus,
com Emília Correia, de quarenta e oito anos, doméstica, natural da referida
freguezia de Penajóia, filha de Joaquim Correia e de Ana de Jesus. Vila
Nova de Gaia e Repartição do Registo Civil, aos dezassete de Agosto de mil
novecentos e vinte e seis”
Este seu segundo marido também era natural da Penajóia, tinha 49 anos e era
empregado de armazém em Vila Nova de Gaia, na altura do seu casamento. Também já se encontrava viúva quando
meu pai veio residir com ela.
- António
Correia Pinto Nasceu em 1877, como consta no seu
respectivo registo de baptismo:
“À
margem: Nº
59, Santinho, Anno de 1877, Mez Julho, Dia 5 António,
fº legitimo de Joaquim Correia e D. Anna de Jesus. (Passou-se
a cédula em 3 de Outubro 1924) No
corpo: Aos
cinco dias do mez de Julho do anno de mil oitocentos setenta e sete n’esta
Igreja Parochial de S. Salvador da Penajoia Concelho e Diocese de Lamego, eu José
Alves dos Santos como Coadjutor da mesma freguezia, baptisei solemnemente um
individuo do sexo masculino a que dei o nome de António que nasceu na freguezia
da Penajoia no lugar do Santinho às seis horas da tarde do dia vinte e seis do
mez de Maio do anno de mil oitocentos setenta e sete, filho legítimo primeiro
do nome de Joaquim Correa de profissão proprietário e de Donna Anna de Jesus,
proprietária, naturaes do lugar do Santinho d’esta freguesia da Penajoia,
nella recebidos e parochianos da mesma, moradores no lugar do Santinho, neto
paterno de Joaquim Correa e de Donna Claudina e materno de José de Almeida e
Maria Victoria. Foi
padrinho António Rodrigues França, viúvo, proprietário do lugar do
Codorneiro desta Penajoia e madrinha Donna Maria Augusta Pinto Leão, solteira,
proprietária, do lugar do Sequeiro desta Penajoia. E
para constar....”
Casou com Henriqueta da Conceição e tiveram sete filhos. (Será este casamento o ponto de partida
para o Ramo Correia / Correia Pinto).
- Deolinda
Correia Avó da minha mãe e tia do meu pai,
presume-se ser a filha mais nova de Joaquim Correia Pinto e Anna de Jesus. Casou com um senhor de nome António Dinis
Miranda, sendo este casamento o dealbar do Ramo Miranda, tratado em pormenor no
Capítulo VIII. Também herdou uma “ilha” de casas na Praça da Alegria, no Porto, legadas pelo seu tio “Sombrio”.
Joaquim Correia Pinto terá falecido após 1918, pois ainda era vivo aquando do
falecimento de sua filha Maria (3/10/1918) e tinha então 80 anos de idade. O seu testamento, datado de 1911, é do
seguinte teor:
“ Aos trinta e um dias do mês de Agosto de mil
novecentos e onze, nesta cidade de Lamego e meu cartório, perante mim notário
público e as cinco testemunhas idóneas ao deante nomeadas e no fim assinadas,
compareceu Joaquim Correia, casado, proprietário, do logar do Santinho,
freguesia da Penajoia, desta comarca a quem eu e as mesmas testemunhas
conhecemos pelo próprio, bem como nos certificamos achar-se ele em seu perfeito
juizo e livre de tôda e qualquer coação. E perante mim e as mesmas
testemunhas, pelo referido Joaquim Correia foi dito que faz o seu testamento e
declaração da ultima vontade pela forma seguinte: Lega as seguintes missas.
Vinte e cinco por alma dele testador e outras vinte e cinco por alma de seus
pais. Lega metade de todos os bens, direitos e ações que constituem a sua meação,
a seu filho António Correia Pinto, casado, actualmente residente no Lodoeiro da
Penajoia, que será também seu testamenteiro e fará cumprir as suas disposições
pias no prazo de dois anos depois do seu falecimento. Assim o disse sendo a tudo
testemunhas presentes desde o principio até ao fim, Alberto Duarte, solteiro,
comerciante, José Soares, casado, proprietário, Manuel d’Almeida, casado,
empregado da Companhia Electrica, Francisco Maria, casado, goarda civil
reformado e Arnaldo Duarte Peixoto, solteiro, barbeiro, todos de maior idade,
cidadãos portugueses, moradores nesta cidade e meus conhecidos, que assinam
comigo e testador, a quem adverti de que podia ler este seu testamento, porem, não
o quis, depois de escrito e lido em voz alta perante todos, por mim notário público
que posto por fé terem sido cumpridas em acto continuo todas as referidas
formalidades.”
Terá falecido
em casa de seu filho António, na Quinta do Lodoeiro, com quem vivia já viúvo. Ouviam-se na família histórias dele, que
o davam como personalidade muito dada a conquistas amorosas, mesmo com serviçais
que trabalhavam em sua casa. A minha tia
Lucinda, que ainda o conheceu, contava que o seu avô Joaquim, que nos fins da
sua vida se encontrava acamado, do sossego do seu quarto e no seu leito, a certa
altura do dia, resolvia chamar pela criada Rosa, moçoila brejeira e bonita: - Rosa, Rosa... Respondia a
Rosa: - Que é que vocemecê quer? Exclamava o
Joaquim com voz convicta: - Tu já
sabes o que eu quero... Nunca consegui
saber se a Rosa dava ao meu bisavô aquilo que ele queria pois, isso, a minha
tia Lucinda ou não sabia ou não nos queria dizer.
Como curiosidade, gostaria de referir o
seguinte: A origem da família Correa, tal como dela
tenho conhecimento, esteve localizada no lugar do Moledo até à terceira geração,
de Manuel Correa até aos filhos de Sebastião Correa. Quando Bernardo Correa, filho de Sebastião
Correa, casou, foi residir para o lugar de Codorneiro, onde nasceram seus
filhos. Por último, a partir da quarta geração
e até à sexta, a localização dos Correa / Correia (Pinto) verifica-se no
Santinho. |